A trajetória do artista cearense Eduardo Eloy (Fortaleza, 1955) abrange particularidades que o situam como alguém preocupado tanto com a expressão de sua própria criação, quanto com a formação de outros artistas, aspectos estes que o qualificam estética e humanamente.

Sua formação se deu em diversas técnicas (desenho, xilogravura, gravura em metal e litografia), cabendo ressaltar dois momentos decisivos: o Centro Educacional Calouste Gulbenkian (1976-77), sob orientação de Ivan Tavares e Gilda Goulart, e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1978-81), em cursos ministrados por Antônio Grosso e Sílvia Cristina.

A partir daí vem somando uma produção excepcional, demonstrada por inúmeras exposições individuais e coletivas de que participou, tanto no Brasil como no exterior, produção esta que inclui, por duas ocasiões (1989 e 1992), sua presença no Panorama da Arte Atual Brasileira, realizada no MAM e, também, na mostra BR80 Pintura Brasil (1991), da Fundação Itaú Cultural, todas elas em São Paulo.
Já no caso de exposições no exterior, cabe menção as coletivas como “TAUAPE Xilogravuras”, montada no Centro Cultural da Recoleta (1997), em Buenos Aires (Argentina) e no ICBRA (Instituto Cultural Brasil-Alemanha), em 1998, em Berlim, a partir da montagem original realizada em São Paulo (1996), no MAC-USP, sob minha coordenação. Ali Eduardo Eloy participa como gravador e, também, como professor no workshop “Xilogravuras em Umburanas” (MAC-USP, 1997), onde pode desenvolver sua vocação não só como artista, mas como mestre.

Consolida-se, assim, seu empenho pela transmissão de conhecimentos a terceiros, já iniciada em 1988, quando da instalação de uma oficina de gravura no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, sendo ele próprio o principal articulador em Fortaleza e responsável pela difusão e o ensino de técnicas como xilogravura, gravura em metal e ainda a fabricação de papel artesanal.
Este duplo mérito que tem angariado Eduardo Eloy, ao longo dos anos, corresponde, com exatidão, à sua personalidade, definida pela generosidade e o empenho em conquistar novos caminhos para a arte de seu tempo.

Elvira Vernaschi
Historiadora e Crítica de Arte
Presidente da ABCA-Associação Brasileira de Críticos de Arte

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