MEMORIAL DESCRITIVO DA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA

DÉCADA DE 1970

O presente memorial descritivo delineia a trajetória do artista visual Eduardo Eloy, suas atividades artísticas e culturais, assim como sua participação na cena artística local, nacional e internacional, conformando seus 44 anos de atuação. Eduardo Eloy nasceu em Fortaleza, Ceará em 1955, iniciou sua formação nas artes visuais em 1976, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian na cidade do Rio de Janeiro. Instituição portuguesa existente no Brasil, desde março de 1951, onde realizou cursos de Gravura I e II com os professores Gilda Goulart e Ivan Tavares; Objetos em Metal; Pintura e Estamparia. Foi também na Calouste Gulbenkian que participou de sua primeira exposição coletiva no ano de 1976.

Entre 1977 a 1981, inicia sua formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro, sob a gestão de Rubens Gerchman e Ruben Breitman, nos cursos de Gravura em Metal e Litografia ministrados pelos professores Antônio Grosso, Silvia Cristina e Miguel Pastor nas vivências de Desenho Expandido como linguagem. Foi na EAV-Parque Lage (RJ), núcleo de referência de formação artística livre no Brasil que Eloy tem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos nas artes gráficas e visuais. Para além do conhecimento prático-teórico, esse período de formação e atividades em ateliê coletivo da EAV, com enfoque contemporâneo, o preparou e qualificou para os desafios do percurso artístico, inspirando e motivando a reflexão sobre o trabalho e o papel do artista. Vale ressaltar que a EAV-Parque Lage se tornou uma escola de referência na formação livre em arte no Brasil, reconhecida pela safra de artistas da chamada “Geração 80”, da qual Eduardo Eloy faz arte, mapeado pelo Instituto Itáu Cultural, no livro BR 80| Pintura da Década de 80. Ainda sobre a experiência formativa na EAV Parque Lage (RJ), Eloy sempre buscou conciliar os estudos, estágios e as atividades como monitor das oficinas de gravura, assim como participações em exposições e salões da época, dentre os quais destacamos: 2º. Salão Carioca de Arte (1978), promovido pela FUNARTE – Rio de Janeiro e o 37º. Salão Paranaense (1980), em Curitiba-PR.

DÉCADA DE 1980

Em 1981 ocorre sua primeira exposição individual acontece na galeria do Ideal Clube na cidade de Fortaleza, tendo como apoiadora, a Sra. Heloísa Juaçaba, artista e grande promotora das artes e da cultura do Ceará. A mostra intitulada, Gravuras | Eduardo Eloy, apresentava sua produção de litografia e gravuras em metal do período de cinco anos de formação no Rio de Janeiro. Eloy inaugurava com essa exposição a inserção da gravura contemporânea na cidade de Fortaleza.

No ano seguinte, 1982, foi premiado no 32º. Salão Municipal de Abril, salão histórico da cidade de Fortaleza, na categoria pintura e no 8º. Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará, premiações importantes nesse momento inicial de construção da trajetória. Posteriormente, ocorreram participações na Mostra Internacional de Arte Postal em Montecelo, Roma – Itália (1982), e o V Salão Nacional de Artes Plásticas (1982), no Museu de Arte Moderna – MAM, RJ. A importância de ser selecionado e integrar uma edição do histórico e consagrado Salão Nacional, dá início ao reconhecimento do artista no contexto nacional das artes no Brasil.

Nesse período de 1982, ingressa como professor e posteriormente, Técnico em Assuntos Culturais na Secretaria de Cultura do Ceará. Cargo que abrange atividades profissionais que ensejam conhecimento artístico e aprofundamento técnico acerca das especificidades relativas à cultura e as artes no Ceará. No ano seguinte, 1983, iniciou a montagem e implementação da primeira oficina de gravura do Estado do Ceará na Casa de Cultura Raimundo Cela. Projeto, considerado pioneiro no estado do Ceará, pois até então, não havia sido instaurado um modelo de curso estruturado na área da gravura, fortalecido com a vinda do Rio de Janeiro da primeira prensa de gravura a ser instalada no Ceará, equipamento fundamental para o desenvolvimento dessa tipologia. A fabricação da prensa foi realizada no Rio de Janeiro com orientação de Eloy para as necessidades gravadoras locais. Nesse cenário dos Cursos de Gravura da Casa de Cultura Raimundo Cela, vários artistas atuantes do circuito local iniciam suas experiencias na gravura sob orientação de Eloy, como Roberto Galvão, Jane Lane, Desgartes Gadelha, Ascal, entre outros.

O ano de 1983 realiza sua segunda exposição individual, intitulada, Técnica Mista e Gravura, na Galeria Rodrigo de Melo Franco de Andrade – FUNARTE, no Instituto Nacional de Artes Plásticas (RJ). Nesse ano foi selecionado pelo Projeto Macunaíma, um dos grandes projetos culturais das artes visuais de relevância nacional e premiado na 10º. Unifor Plástica, mostra que nessa época era anualmente promovida pela Universidade de Fortaleza – Fundação Edson Queiroz. Posteriormente, foi selecionado para o XXXIII Salão Municipal de Abril/CE. Em 1984, montou e coordenou a Oficina Pé no Chão de Gravura e Papel Artesanal, projeto sócio – educativo em que a arte se inseria como sensibilização na educação cultural e artística de jovens oriundos de núcleos da Febence-Ce. Após uma concorrida seleção em 1985, foi agraciado com o Prêmio Aquisição e o Prêmio Especial “Pietro Maria Bardi” – 2º. Prêmio Pirelli Pintura Jovem Museu de Arte de São Paulo – MASP. Premiação significativa a nível nacional recebida pelas mãos do próprio Pietro Maria Bardi, figura exponencial da cultura e da arte no Brasil – presidente do júri que escolheu três jovens artistas para o prêmio especial, referendando a produção artística da época.

Em 1985, Eloy participa do 3º. Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Pavilhão da Bienal de São Paulo e do XVIII Salão Nacional de Artes Plásticas no Museu de Arte Moderna – MAM no Rio de Janeiro, salões de elevadíssima importância no panorama das artes brasileiras.

Em 1987 nasce o Grupo Aranha a partir da vontade de artistas em experimentar a arte na liberdade da década da redemocratização, com a pintura mural que se articulava nos muros de Fortaleza nas proximidades do bairro boêmio da Praia de Iracema. O Aranha, apelido carinhoso dado ao grupo era formado inicialmente por Eduardo Eloy que voltava a se fixar na cidade após seus anos de formação artística no Rio de janeiro, Hélio Rola vindo de doutoramento em Paris, Sérgio Pinheiro da Academia de Belas Artes em Paris e Kazane, artista e músico que vinha de experiências artísticas em Porto Alegre. Depois, juntou-se ao grupo os artistas Alano de Freitas e Maurício Cals. As ações do grupo eram articuladas na via do muralismo ativista, tendo como interesses assuntos que abordavam as liberdades sociais e políticas recém conquistadas no país, tematizados no Mural da Constituinte, realizado em 1987, na Av. Leste Oeste sobre muro de grande extensão. Depois o grupo se volta a crítica da ocupação do bairro boêmio da Praia de Iracema por bares e seus luminosos High Tech destinados a grandes públicos e shows, promovendo a poluição sonora, a prostituição e a violência que se instalava, expulsando residências antigas que sempre conviveram com aquele reduto da boemia musical e artística de Fortaleza. As experiencias do Grupo Aranha se inserem como seminais de arte urbana e coletivismo artístico na cidade. Sua atuação na cena artística da década de 80 ganhou comentário do crítico de arte Frederico Morais no livro BR 80 | Pintura Brasil Década 80, ao mencionar que as escolas de arte e os coletivos de artistas são responsáveis pela gênese dessa produção, reconhecendo a presença do Grupo Aranha nas artes visuais do Ceará entre as produções mapeadas no Brasil.

Em 1987 o Instituto de Cultura Uruguayo – Brasilenõ em Montevidéu/Uruguai promoveu e organizou na Galeria Contemporânea a exposição individual intitulada Eduardo Eloy – Oleos, Dibujos Y Grabados, essa mostraconfigurou-se comoum relevante acontecimento cultural na trajetória de Eloy, pois inaugurou sua primeira exposição individual internacional.

No final da década de 1980, Eduardo Eloy assumiu atividades profissionais relevantes a nível de gestão cultural no estado do Ceará, entre as quais implantou, e coordenou por dez anos (1988 a 1998) a Oficina de Gravura e Papel Artesanal no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC, com convênio assinado entre a Universidade Federal do Ceará-UFC e a Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto do Ceará, órgão no qual Eloy era vinculado como professor-monitor.

O convênio desse projeto teve como objetivo a formação de artistas gravadores, além de divulgar e difundir a gravura e o papel artesanal, intensificar a pesquisa e a história da Gravura no Estado Ceará, promovendo cursos e intercâmbios com instituições diversas ligadas a área da gravura. Um projeto considerado entre os mais relevantes na área de políticas públicas cultural nas Artes Visuais do estado e vinculado às atividades culturais de um museu, o MAUC.  Além de possibilitar a inovação da implantação de um modelo técnico, pedagógico de formação do artista, encampado como extensão universitária com certificado emitido pela Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC).  É nesse projeto que Eloy implanta um modelo inovador de formação e práticas de oficina de gravura no Ceará – o ateliê coletivo de gravura – experimentado desde sua formação no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, RJ; no Ateliê de Gravura do Museu de Arte Moderna, MAN-RJ e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV(RJ). 

A oficina de gravura instaura de forma pioneira um modelo de formação artística consistente, com instalações, ferramentas, instrumentais e uma prensa para gravura, fabricada em Fortaleza com orientação de Eloy exclusivamente para esse projeto. Vale ressaltar que esta prensa é específica para as técnicas de gravura, até hoje disponível nas instalações do MAUC. Assim, o alto nível desse projeto confirma-se pioneiro na formação artística em gravura no Ceará que de forma contínua atuou por dez anos na difusão das diversas técnicas (xilogravura, gravura em metal, linoleogravura e outros suportes de gravação), incluindo o ensino e a pesquisa de fabricação de papel artesanal com base na reciclagem e processamento de fibras naturais.

A oficina no MAUC tornou-se uma das poucas instâncias da formação artística no estado, vale ressaltar que foi o único projeto de formação artística institucionalizado nesse período, revelando artistas nas artes gráficas que despontaram com sucesso nacional e internacional, entre os quais, Alexia Brasil, professora doutora dos cursos de Arquitetura e Design da Universidade Federal do Ceará-UFC, Sebastião de Paula, professor doutor na disciplina de Gravura na Licenciatura e mestrado do IFCE (Instituto Federal do Ceará), os artistas  Nauer Espíndola, Francisco de Almeida e Francisco Bandeira, entre outros que seguiram em suas trajetórias artísticas.

Em carta de apresentação ao artista Eduardo Eloy, o então diretor do Museu de Arte da UFC, Pedro Eymar Barbosa Costa, menciona: “A criação da Oficina de Gravura e Papel Artesanal propiciou um campo fecundo de pesquisa e formação livre de nossos artistas e iniciados, contribuindo para a preservação da memória cultural, dinamização de acervos e propiciação de um consequente prestígio para uma classe, até então, não consciente de seu papel perante a sociedade. Em tudo isto se reflete a presença inquestionável e fecunda de Eduardo Eloy”.

O projeto estabeleceu importante contexto de trocas artísticas, promovendo intercâmbios com grandes nomes nacionais e internacionais nas artes, como os prestigiados artistas gravadores Arthur Luiz Piza e Carlos Martins que ministraram oficinas. Piza trouxe o seu método de gravação direta na placa de metal, e Carlos Martins trouxe novas revelações sobre as técnicas de água forte e água tinta da gravura em metal. Houve também nas oficinas do MAUC um intercâmbio estabelecido com a gravura regionalista do Cariri cearense, através da vinda do gravador Francorli, de Juazeiro do Norte, apresentado pelo professor Gilmar de Carvalho. Francorli ministrou um workshop de xilogravura apresentando métodos e materiais de gravação popular com matrizes de umburana e ferramentas não especificas de gravura, feitas artesanalmente. As trocas se deram no campo simbólico e processual, entre os métodos e materiais regionalistas, os equipamentos específicos da gravura e os processos da oficina.

Ainda, nesse contexto da Oficina de Gravura do MAUC, Eloy proferiu várias palestras e cursos para diversas áreas da UFC, entre elas, Técnicas de Gravura (1988), Curso de Iniciação a Xilogravura (1989), orientando e supervisionando trabalhos universitários de gravura em linóleo. Cursos e atividades curriculares, destinadas aos alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFC, também chancelado pela FCPC. Recebeu documento de apreciação do coordenador do curso, José Rocha Furtado Filho, ressaltando sua prestimosidade na atuação como professor, contribuindo sobremaneira para o processo de aprendizagem dos alunos de Arquitetura.

A oficina no MAUC promoveu também exposições das produções dos alunos participantes, entre elas, a exposição coletiva “Oficina de Gravura e Papel Artesanal do MAUC”, realizada no Museu de Arte da UFC (1990-1991), e a exposição “Xilogravura Cearense Imagem Atual”, em Recife (1995), um intercâmbio entre a oficina do MAUC e a fundação Joaquim Nabuco/ Espaço Cultural Mauro Mota.

A Oficina de Gravura e Papel Artesanal no MAUC configura na trajetória artística de Eduardo Eloy uma marca indelével, reunindo no mesmo projeto, o artista, o professor, o pesquisador e o agente cultural de políticas públicas, preocupado com a construção de sua subjetividade de forma imanente, sempre envolvido no gesto das construções coletivas. A oficina foi um bem público material, e ampliou-se como um bem imaterial continuamente por dez anos, afirmada na história e no percurso dos gravadores que formou e levaram essas marcas em suas trajetórias. Hoje, a relevância desse projeto é atualizada em pesquisas acadêmicas de arte e cultura, em projetos que refletem sobre a produção da gravura no Ceará.

Participa do Panorama da Arte Atual Brasileira/89 – Pintura, mostra consagrada desde 1969, como um dos eventos mais importantes da cena artística nacional. Essa edição de 1989 contou com comissão de arte formada por críticos de relevância: Ivo Mesquita, Lisbeth Rebolo Gonçalves Maria Alice Milliet, Stella Teixeira de Barros e Wolfgang Pfeifer.  Eduardo Eloy participou com três trabalhos de pintura: Passeio ao Mundo de Ninguém (1987), acrílico s/tela, 136 x 135 cm; Vibração de um Universo Interior (1987), acrílico s/tela, 136 x 135 cm; Diálogos e Intenções Desejadas (1987), acrílico s/tela, 138 x 143 cm.  

No mesmo ano (1989), seu trabalho integra a importante publicação de nível internacional, A Natureza na Arte Brasileira/ Nature in Brasilian Art/ Die Nature in Der Brasilianischen Kunst, organizada pelo curador e crítico de arte Jacob klintowitz, com patrocínio da Wolkswagen do Brasil. A publicação contou com o trabalho, Sem Titilo, 1989, pigmentos sobre papel Artesanal, 44 x 33 cm. Essa publicação documenta a pesquisa de Eloy com o papel artesanal.

DÉCADA DE 1990

Essa década representa um adensamento na carreira artística de Eduardo Eloy e sua inserção no cenário comercial das artes visuais no Brasil, partindo de uma importante exposição individual, PINTURAS | Eduardo Eloy (1990) promovida pela LM – Escritório de Arte, de propriedade do marchand Luciano Montezuma, responsável pela inserção no mercado e circuito das artes, artistas expressivos do Ceará. Em 1990 também participa da exposição coletiva nacional, BR 80 – Pintura Brasil Década de 80, no Centro Cultural Abolição, em Fortaleza. A mostra fez parte do importante projeto de amplitude nacional, promovido pelo Instituto Itaú Cultural que mapeou artistas e as manifestações da pintura na década de 80, sob curadoria do renomado crítico de arte, Frederico Moraes e como curador adjunto, Roberto Galvão. Eduardo Eloy, participa da exposição, assim como tem seu trabalho, A Caça da Casa (1990), mapeado e documentado pelo referido projeto na publicação de nome homônimo ao da mostra, BR 80 – Pintura Brasil Década de 80.

A década de 1990, em seu inicio assinala a participação e difusão da pesquisa e das práticas de Eloy com o papel artesanal, participando de encontros e mostras coletivas de Arte-educação, das quais destacam-se o . Encontro de Papel Artesanal da América Latina (1990), Belo Horizonte, MG. Em 1991 coordena o Workshop de Gravura em Metal na oficina de Gravura e Papel Artesanal, MAUC-UFC, ministrado pelo destacado artista visual e gravador, Arthur Luiz Piza, brasileiro radicado em Paris há mais de 50 anos, na época.

Em 1992, Eloy realiza uma de suas mais importantes exposições individuais no prestigiado Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB – Rio de Janeiro. A mostra intitulada, EDUARDO ELOY – PINTURAS, foi um projeto selecionado pela curadoria do CCBB, representada pelo renomado crítico de arte Frederico Morais. Para o artista essa mostra representa um ponto alto da sua trajetória tendo apresentado um conjunto de obras em pintura de grandes formatos, apoiado por uma estrutura de excelência em curadoria, montagem, divulgação e organização do evento. A exposição do Centro Cultural Banco do Brasil foi fundamental no fortalecimento de força da representatividade artística de Eloy em sua cidade, Fortaleza e no Brasil.

No ano de 1992, Eloy se insere em duas exposições coletivas internacionais de relevância para sua trajetória: Arte Papel Nordeste Brasil. A primeira acontece em Paris na galeria Espace Latino Americain, a convite do artista e gravador Artur Luiz Piza, e a segunda na Casa do Brasil, em Madrid. Essas exposições se tornam relevantes na trajetória do artista, pois marcam sua inserção com a pesquisa de fabricação de papel artesanal em exposições internacionais com linguagem pautadas no trabalho com fibras naturais brasileiras, tais como bananeira, coco e cana de açúcar, da pesquisa iniciada nas oficinas de papel artesanal implantadas por ele no MAUC/UFC. Nesse mesmo período, na França, Eloy passa integrar com dez obras o acervo e coleção Ceres Franco, galerista e agente cultural brasileira, residente em Paris, Ceres Franco foi um dos nomes responsáveis pela organização da histórica e celebrada mostra Opinião 65 no MAM (RJ).

Em julho de 1993, ministra o Curso de Gravura em Metal, promovido pela Universidade de Alcalá de Henares de Madrid/Espanha. Nesse mesmo projeto, ministra “Cursos de Verão”, como professor assistente do renomado gravador chileno, Eugenio Télles, professor da universidade de Toronto, Canadá. Como resultado do curso, ocorreu uma exposição, Gráfica de Aqui e de Allá, com professores e alunos participantes no Centro Cultural Isabel de Farnesio, na cidade de Aranjuez/Espanha.

Nesse ano de 1993 foi selecionado e participa pela segunda vez da renomada mostra, Panorama da Arte Atual Brasileira/93 – Pintura, no Museu de Arte Moderna, MAM/SP, com comissão formada por Gloria C. Motta, Lisbeth Rebollo Gonçalves, Pecival Tirapelli, Regina Katz, Stella Teixeira de Barros, entre outros (as). De acordo com texto do catálogo, os quarenta artistas convidados honram o convite feito pela comissão de arte do MAM-SP, o qual trabalhou no sentido de oferecer ao público uma visão expandida das artes visuais que se praticava no território brasileiro naquela atualidade, com toda a diversidade de tendências que se verificava naquela produção artística, como mencionou o crítico Paulo Mendes de Almeida. Eduardo Eloy figura no catálogo da mostra, com a obra, Sem Título, 1992 entre artistas expressivos do Brasil como, Abraham Palatinic, Adriana Varejão, Athos Bulcão, Emmanuel Nassar, Karin Lambrecht, Rubens Gerchman, Tomie Ohtake.

Em 1994, Eloy é convidado a integrar a mostra, Xilogravura – Do Cordel à Galeria, em João Pessoa, PB e depois, exibida no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP. A mostra com curadoria de Leonor Amarante, criava um diálogo entre a xilogravura popular e contemporânea, com grandes nomes do Nordeste, como Abraão Batista, Aldemir Martins, Eduardo Eloy, Gilvan Samico e J. Borges e artistas gravadores destacados de outras regiões do Brasil, como Emanuel Araújo, Fayga Ostower, Maria Bonomi, Lívio Abramo, Lygia Pape, entre outros. Ainda em 1994, integra a I Mostra Latino-Americana de Miniprint em Rosário, Argentina, a qual foi inaugurada no Centro Cultural Parque de Espanha, seguindo como mostra itinerante ao Museu de Belas Artes Rosa Galisteo de Rodriguez, em Santa Fé, Argentina.

Em 1995, a IBEU Art Galley sediou uma exposição individual intitulada “Pintura sobre Fibras Brasileiras”.Exposição que apresenta à cidade de Fortaleza a produção de Eduardo Eloy em papel artesanal reciclado e processado com fibras vegetais da flora brasileira. A pintura realizada sobre esse suporte resultava em obras de apelo visual estimulante, por suas texturas que resultavam das misturas entre os pigmentos coloridos sobre esse suporte naturalmente texturizado pelas fibras naturais. Hoje uma atitude artística considerada consciente de viés ecológico e sustentável, ressaltando que ocorrera há trinta e três anos atrás, desde as pesquisas e experimentações da Oficina Pé no Chão de Gravura e Papel Artesanal (1984) e o aprofundamento dessas experiencias na oficina do MAUC.

Em 1996, retorna à Espanha, para o projeto XIII Cursos de Verão, como ministrante convidado do Curso de Papel Artesanal na Universidade de Alcalá de Henares de Madrid, na cidade de Pastrana. No curso foi demonstrado aos alunos o resultado de mais de dez anos de pesquisas em reciclagem de papel e manufatura com fibras vegetais.

No mesmo ano, 1996, Eloy se volta novamente à formação de um coletivo de artistas. Dessa vez foi a formação do Grupo Tauape de Gravura, um marco exponencial na gravura contemporânea produzida no Ceará, formado pelos artistas Eduardo Eloy, Helio Rola, Nauer Spíndola, Roberto Galvão, Sebastião de Paula, Sérgio Lima. O grupo parte das convivências de Eloy com gravadores formados nos cursos das oficinas do MAUC na década de 1990.

O ateliê e oficina de gravura de Eloy equipado com prensa e todo ferramental necessário à produção da gravura artística, era situado no bairro São João do Tauape em Fortaleza. Ali os artistas se encontravam para as práticas de gravura e experimentação de papel artesanal para suas produções artísticas pessoais. Naquele clima de trocas e convivências vinha à tona produções de qualidade artística que motivaram a formação do coletivo que se projetou, levando suas produções a circularem em importantes exposições no Brasil e internacionalmente.  Em 1996, inicia essa trajetória de visibilidade da produção com a exposição itinerante Tauape Xilogravuras (1996) que se apresentou no Museu da Gravura Cidade de Curitiba; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC-USP; Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro – MNBA. Entre as exposições internacionais do grupo, estão: “Tauape Xilografias: Corriendo Las Fronteras – De Fortaleza a Buenos Aires (1997)”, com curadoria da argentina Alina Tortosa; Tauape Xilogravuras (1998), no Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha, Berlim.

No ano de 1996, o artista recebe duas premiações importantes: O Prêmio Especial do II Salão Norman Rockwell do Desenho e da Gravura/IBEU, em Fortaleza, com curadoria de Leonor Amarante, como reconhecimento da atuação do artista na área gravura local e nacional, e o Prêmio Talento 96 TELECEARÁ – Técnica Mista sobre Papel Artesanal, em Fortaleza/CE.

Em 1997, Eloy ministra o workshop “Xilogravura em Umburana”, no Museu de Arte Contemporânea da USP, MAC-USP/SP, o qual foi parte do evento “Arte e Cultura Brasileira”, demonstrando as possibilidades da madeira que o xilógrafo do cordel utiliza em suas produções. Exposições coletivas significativas ocorreram em 1997, destacando-se: “Contemporânea da Gravura”, em Curitiba, com curadoria de Uiara Bartira e as exposições internacionais  Contemporary Brasilian Prints/ “Gravuras Contemporâneas Brasileiras”, itinerantes no Texas Haggar University Gallery of Dallas, Irving, Texas (janeiro 1997), Midwestern State University, Wichita Fall, Texas (Março e Abril, 1997), University of Texas of The Permian Basil, Odessa, Texas; Abeline Christian University, Abiline, Texas; Louisiana State University, Baton Rouge,LA.

A partir de 1998, a atividade de comunicação e do ensino em arte ganha novo percurso na trajetória de Eduardo Eloy com a palestra no Museu do Ceará, cujo tema “A Inscrição do Contemporâneo na Arte de Eloy”, que teve como ponto de partida o texto crítico da professora Lisbeth Rebolo Gonçalves, Presidente da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA; Vice-Presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte – AICA, que cita: “a geração a que pertence Eduardo Eloy (…), vive e exprime a chamada época pós-moderna, onde é fundamental a projeção psicológica, a explosão do inconsciente, o discurso ficcional, o real maravilhoso, a releitura do passado, entre outras características que a sociedade contemporânea motiva”. Nesse mesmo ano acontece em Berlim/Alemanha mais uma exposição internacional do Grupo Tauape de Gravura, a “Tauape Xilogravuras”, no Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha – ICBRA. Em 1998, acontece a importante exposição inaugural em Fortaleza do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, “Dragões e Leões”, no Museu de Arte Contemporânea – MAC Dragão. Esta exposição convidou artistas consagrados, modernos e contemporâneos dos dois estados – Ceará e Pernambuco, com a presença dos artistas, sociedade e autoridades de ambos estados.

Em 1999, Eloy ministra o curso “Apreciação de Artes – Artes Plásticas Através do papel”, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza. No mesmo ano de 1999 acontece em Fortaleza a mostra individual, “Três Gravadores”, no Museu de Arte Contemporânea – MAC Dragão do Mar. Exposição esta que evidenciou a valorização da gravura contemporânea do Ceará na produção de Eduardo Eloy, Francisco de Almeida e Nauer Spídola, com curadoria de José Guedes

Neste mesmo ano de 1999, funda juntamente com onze artistas o Instituto da Gravura do Ceará – INGRAV, o qual tinha como objetivo apoiar as atividades voltadas para o ensino, documentação, preservação e divulgação da gravura cearense. Eloy foi conduzido a presidente do INGRAV na sua primeira gestão de 1999-2003.

DÉCADA DE 2000 – 2009

No início da primeira década desse novo milênio nasce um projeto pioneiro em Fortaleza de formação acadêmica em artes visuais – o Curso de Graduação em Artes Visuais da Faculdade Gama Filho. Eduardo Eloy, com sua extensa experiência na área de formação em arte é integrado ao projeto de implantação do curso. Seu papel consistiu-se na reformulação da grade curricular que integrava disciplinas formais de cursos superiores em arte, com o ensino da Xilogravura, Gravura em Metal, Serigrafia, Práticas de Gravura, Técnicas e Materiais, linguagens que nesse projeto de ensino acadêmico da Arte ganham dimensão ampla em que a gravura participa de forma integrada na formação do artista contemporâneo. Além de professor, Eduardo, coordenou o curso de Artes Visuais da Gama Filho de 2002-2004, e participou ativamente do processo de adequação e reconhecimento do curso junto ao Ministério da Educação – MEC. Hoje a faculdade é intitulada, Centro Universitário da Grande Fortaleza – UNIGRANDE. No período em que o curso de Artes Visuais vigorou (2000 -2007), Eloy na atividade de curador organizou exposições das produções dos alunos, entre elas a mostra Gravura em Metal (2001), na Galeria Casa D’Arte, em Fortaleza. O Curso de Graduação em Artes Visuais formou turmas da nova geração de talentos artísticos da arte cearense, que mais tarde se consolidou no trabalho de artistas que se projetaram na cena artística local e brasileira, como Valéria Américo, Yuri Firmeza, Milena Travassos, Silvano Tomaz e as gestoras e pesquisadoras culturais Cecília Bedê e Jaqueline Medeiros.

No ano 2000, Eloy participou da mostra internacional, “Coisas da Terra/ Things From Our Land” na Racine Arts Council Gallery. No mesmo ano, ilustra o livro com monotipias sobre papel artesanal, “Nona Geração”, do escritor costarriquenho, Afonso Pena.

Em 2001 é convidado por comissão de críticos de arte do Brasil da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, a participar do Concurso Latino Americano de Pintura – Enersis – ENERGIA E VIDA, no Museu Nacional de Belas Artes de Santiago/Chile, onde foram selecionados os mais expressivos pintores latino-americanos. Entre os participantes estavam os brasileiros Eduardo Eloy, Hélio Rola, Carlos Vergara e Thomaz Ianelli, entre os estrangeiros, Bruno Zepilli (Peru), Arturo Duclós (Chile) e o consagrado artista argentino Luis Felipe Noé.

Em 2001, é inserido no arquivo digital da Enciclopédia Artes Visuais da Fundação Itaú Cultural – São Paulo/SP, sob o link https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9598/eduardo-eloy

Em 2003, realiza a exposição Zona Desconhecida – Gravuras| Eduardo Eloy e Hilton Queiroz, na Galeria Gravura Brasileira em São Paulo, a mostra acontece em Fortaleza no Memorial da Cultura Cearense no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, onde também ministra o curso Oficinas da Técnica de Colografia. Nesse ano, Eloy, participa como conselheiro da curadoria em artes plásticas do primeiro Festival Vida e Arte, promovido pelo Jornal O Povo de Fortaleza. Ainda em 2003 proferiu a palestra, Gravura: Trajetória e Poética, na Universidade São Judas Tadeu – SP, para os alunos do Curso de Artes.

Participa, nesse ano, de diversas exposições coletivas de relevância na cena artística nacional e internacional, destacando: Empório Artístico 450, exposição comemorativa dos 450 anos da cidade de São Paulo, com curadoria de Radha Abramo; Feira Internacional de Arte na AlemanhaArtFrankfurt, na Exposição GRAVURAS, representado pela galeria paulista Gravura Brasileira com curadoria de Eduardo Besen.

O ano de 2003, a trajetória de Eduardo Eloy é exaltada com sua participação em evento estrelado, sendo escolhido entre cem (100) artistas brasileiros e internacionais a integrar a importante mostra comemorativa dos 40 anos do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC USP – MAC USP 40 Anos – INTERFACES CONTEMPORÂNEAS.  Nessa exposição que celebrou o museu e sua relevante coleção participaram artistas como os brasileiros Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Iberê Camargo, Arthur Luiz Piza, Maria Bonomi, José Leonilson, Eduardo Eloy, entre relevantes artistas consagrados da arte universal estavam Pablo Picasso, Humberto Boccioni, Alexander Calder, Marc Chagal, Max Bill. É importante ressaltar que todos os artistas citados fazem parte do acervo de arte do referido museu. No catálogo da mostra, intitulado, MAC USP 40 Anos – Interfaces Contemporâneas, Eduardo Eloy é ilustrado com a obra Sem Título, 1992, acompanhada pelo texto, Perspectivas Recentes, de autoria de Dayse Peccinini, professora doutora do Museu de Arte Contemporânea – MAC USP. Peccinini cita que no trabalho de Eloy “vibra o surrealismo eterno, que Breton achava tão presente nas terras da América Latina. Uma fantasia singular, fruto do imaginário Nordestino – figuras embrionárias, dos alegres mamulengos e dos calungas, das garatujas infantis, tudo mergulhado em cores alegres”.

Em 2003, na categoria publicações, Eloy é inserido na importante revista inglesa, Printmaking Today, especializada em gravura contemporânea, com uma ilustração de sua obra em colografia do acervo da Galeria Gravura Brasileira, em São Paulo. Citado, também, no livro Dicionário das Artes Plásticas do Ceará, organização de Luciano Montezuma e Nilo Firmeza, Edição Centro Cultural Oboé, Fortaleza/CE.

Em 2004, a atividade de curadoria que também faz parte de sua trajetória de artista e professor-pesquisador se concretiza através de convite do Centro Cultural Banco do Nordeste realizando três curadorias de exposições individuais: Condição Humana – João Hendges; Mapas Imaginários – Sonia Gil e Limpeza – Murilo Maia.

Nesse ano,  Eloy participa de uma exposição importante a nível nacional que reúne e apresenta a produção dos xilógrafos mais atuantes e relevantes do Brasil, Impressões – Panorama da Xilogravura Brasileira, com curadoria do artista gravador Rubem Grillo, no Santander Cultural em Porto Alegre/RS. Participa do projeto FALA DE ARTISTA, promovido pelo Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará – MAC Dragão, programa voltado para a difusão da memória das artes visuais e cultura cearense.

Em 2005, realiza um projeto artístico e sócio-pedagógico de relevância na cidade – o curso Imagens da Cidade | Educação Patrimonial Através da Xilogravura. O objetivo era incluir os jovens das comunidades do entorno do Centro Dragão do Mar em uma ação pedagógica que apresentava a técnica tradicional da Xilogravura à percepção histórica e artística do espaço urbano, buscando gerar sentimentos de identificação, pertencimento e valorização desse espaço comum à cultura e a sociedade.Ao término do curso, a produção dos alunos foi exposta numa mostra com curadoria de Eduardo Eloy, intitulada Xilogravuras – Imagens da Cidade, um olhar sobre o Dragão do Mar, que integrou o seminário: Cultura XXI da Secretária da Cultura do Estado do Ceará – SECULT. Esses trabalhos atualmente integram as áreas administrativas do Centro Dragão do Mar e o acervo a Biblioteca Leonilson da instituição.

Em 2005, Eloy participa da exposição Viva a Natureza-Morta – Obras da Coleção do Museu Nacional de Belas Artes do Século XVII ao Século XXI, curadoria de Luiza Interlenghi, Paulo Herkenhoff e curadores associados. Essa foi uma mostra de grande relevância dada os vínculos das obras expostas com o acervo do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, no Rio de Janeiro, acervo do qual Eloy faz parte. A mostra fez parte do Circuito Cultural Banco do Brasil, um programa permanente de circulação anual do acervo do MNBA. Esse circuito expositivo circulou por mais de 20 (vinte) estados, norte a sul do Brasil. Em Fortaleza a exposição foi apresentada nas salas do Memorial do Centro Dragão do Mar. Eduardo Eloy, comenta que teve a honra de seu trabalho ter sido apresentado lado a lado ao artista Oswaldo Goeldi, entre outros consagrados das artes brasileiras com Manabu Mabe, Djanira da Mota e Silva e Iberê Camargo.

Nesse mesmo ano participa de outra mostra de relevância no circuito nacional o Salão Arte Pará 2005, com curadoria de Paulo Herkenhoff e consolida sua atividade como curador com a exposição Mobilidade da artista Célia Ponte e Que Tal de Uma Forma Mais Leve do artista Weaver Lima, ambas apresentadas no Centro Cultural Banco do Nordeste – CCBNB, em Fortaleza.  Realiza uma outra versão do projeto artístico e socio-educativo, Imagens da Cidade, dessa vez o enfoque do curso dirigido a outro monumento e ponto de cultura da cidade, o centenário Teatro José de Alencar. Imagens da Cidade – Um olhar sobre o Theatro José de Alencar foi voltado para jovens em busca do programa ‘Primeiro Emprego’, nessa proposta os jovens cursaram xilogravura com Eloy, tendo como inspiração a arquitetura e elementos estéticos do teatro para a criação dos trabalhos.

Nesse ano, Eloy, também é convidado a participar da Comissão de Seleção na área de Artes Visuais do 2º. Edital de Incentivo às Artes no Ceará 2004/2005.

Em 2006 realiza a curadoria da exposição Imagens da Cidade – Um Olhar sobre o Theatro José de Alencar, mostra com as gravuras produzidas no curso (acima citado) foi exposta no Centro Cultural Dragão – Fortaleza -CE, com presença dos alunos, professor e curador Eduardo Eloy e autoridades públicas. Eloy participa, nesse ano, da Exposição coletiva, Artistas do Sonho – Freud 150 anos, sob curadoria de Mauricio Coutinho, no Centro Cultural Banco do Nordeste – CCBNB.

Em 2006 foi curador em outras duas exposições, a primeira: Retrospectiva – 1970 a 1985, do reconhecido gravador Stênio Diniz, e da artista da nova geração de gravadores de Juazeiro do Norte, Regilene Stefanne e a mostra ‘Santa Cruz do Deserto’, ambas no Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri – Juazeiro do Norte. Foi convidado, nesse ano, pelo curador do MAC Dragão do Mar, Ricardo Resende, a participar da 2ª. Bienal Internacional Ceará da Gravura, onde apresentou uma obra inovadora em sua produção, executada digitalmente, intitulada ‘Instabilidade 1’, posteriormente doada ao referido Museu.

Mais três cursos de formação em técnicas de gravura foram ministrados nesse ano de 2006 O primeiro foi o curso Formação de Impressores em xilogravura e Gravura em Metal, realizado no Centro Dragão do Mar. O segundo foi o workshop Radiografia – Gravuras sobre Placas de Raio X, na Faculdade Integrada Grande Fortaleza- FGF, nesse curso Eloy mostra as possibilidades e a importância de trabalhar com materiais recicláveis. O terceiro foi o projeto Imagens da Cidade que nessa 3ª edição envolveu um olhar para outro edifício histórico de Fortaleza – a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho que em sua arquitetura preserva com integridade a memória dos casarões históricos do bairro Jacarecanga em Fortaleza. Nesse curso, além das gravuras, os alunos produziram álbuns xilográficos enfocando a mesma temática.

2007 é um ano comemorativo na trajetória artística de Eduardo Eloy em que celebra seus 30 anos de carreira com a exposição individual, Eduardo Eloy – Na Margem dos 30, realizada no Centro Cultural banco do Nordeste – CCBN, em Fortaleza, com curadoria de Ricardo Resende. Nesse mesmo período, escreve o texto da publicação A Xilogravura no Cariri, patrocinada pelo Centro Cultural Banco do Nordeste. É convidado pelo Jornal o Povo para fazer uma visita mediada a exposição Rembrandt e a Arte da Gravura, no Espaço Cultural Unifor. A visita foi realizada para os jornalistas do caderno Vida & Arte, e grande público, da qual resultou a matéria que refletia sobre o conceito e a técnica da gravura do grande mestre holandês do século XVII, Rembrandt Van Rijn.

Em agosto de 2007 participa da exposição Grupo Aranha – Intervenções Urbanas, período 1987 – 1990, realizada no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza, com curadoria de Herbert Rolim. Exposição que apresentou o grande painel pintado em lona, pelo Grupo Aranha, Sem Título, 1990 (2 x 15 m). Uma ação artística intitulada Construção e Demolição, também foi realizada na mostra pelos integrantes do Grupo Aranha na década de 1980, consistiu na execução de uma pintura mural sobre um muro construído na entrada do Centro Cultural CCBNB especificamente para esse contexto da exposição. Eduardo Eloy, Hélio Rola, Kazane, Sérgio Pinheiro, Maurício Cals e Alano de Freitas, pintaram o muro que ficou exposto durante todo o período da mostra. No encerramento o muro foi demolido pelos artistas com marretadas em punho. O enfoque conceitual dessa ação registrava na demolição o caráter de efemeridade da pintura mural e ao mesmo tempo evocava uma atualização da memória do Grupo Aranha, pioneiro na arte urbana em Fortaleza.

O ano de 2007 conta ainda com a participação de Eloy na exposição Poesia da Curva – Artistas Nordestinos Interpretam a Obra de Oscar Niemeyer. A mostracelebrava e homenageava os 100 anos do arquiteto, no Espaço Cultural dos Correios de Fortaleza, com finalização em 2008. O ano termina com Eloy publicando um de seus trabalhos no livro Tríptico a Solo da escritora portuguesa, Maria Estela Guedes, editado pela editora Escrituras, São Paulo, com organização e prólogo do escritor cearense Floriano Martins.

2009participa da exposição comemorativa 10 Anos da Galeria Gravura Brasileira, em São Paulo, como parte das comemorações um álbum foi publicado com as obras de aristas participantes, entre eles Eduardo Eloy, Evandro Carlos Jardim e Ernesto Bonato.

DÉCADA 2010 a 2019

Em 2011 a 2012 apresentou a exposição individual Nova Visitação Desenhos, no MAC Dragão do Mar, Fortaleza, Ceará, com publicação de catálogo e texto de apresentação da Crítica de Arte, Lisbeth Rebollo Gonçalves e prefácio do então curador do MAC Dragão do Mar, José Guedes.

Em 2012 participou da exposição Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, no Museu Nacional de Belas Artes – Rio de Janeiro, mostra que publicou o livro de mesmo título em que Eduardo Eloy figura com uma xilogravura, obra que integra a exposição permanente do acervo do museu atualmente. Essa publicação ilustra a importância do acervo da mais antiga e histórica instituição de arte do Brasil, o Museu Nacional de Belas Artes, no seu recorte de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea.

Em 2013, Eduardo Eloy recebe o convite do Ministério das Relação Exteriores do Brasil – Itamaraty, como prêmio especial a participar da residência artística na Fundação ACE em Buenos Aires, Argentina. A residência teve duração de um mês, concluída com a exposição individual do artista, Parque Gráfico Diversão Total, na Sala Poliglota – Fundação ACE, Buenos Aires.

Nesse ano de 2013 o Salão de Abril, instituição histórica em Fortaleza e um dos mais longevos salões de arte do Brasil, na celebração de seus setenta anos apresentação uma mostra comemorativa intitulada 70 x 7 Salão de Abril, com a curadoria de Ricardo Resende no Sobrado José Lourenço em Fortaleza. A mostra comemorativa reuniu e homenageou sete (7) artistas premiados na trajetória do salão: Sérvulo Esmeraldo, Hélio Rola, Eduardo Eloy, Eduardo Frota, Herbert Rolim, Jared Domício e Francisco Zanazanan.

Em 2015 participa com duas obras em pintura da exposição coletiva Master of The Imagination – The Fine Art Exibition, na galeria Agora Gallery – Nova York, EUA. Mostra que propiciou novas inserções no mercado internacional e relações multiculturais, tendo em vista que nessa coletiva Eloy participou com artistas de diversas nacionalidades.

Em 2016 é convidado a participar da importante exposição Passage Exposição KCPA Hemisfério Sul Internacional de Gravura que reuniu grandes nomes da gravura internacional em Seul, Coreia do Sul. No mesmo ano Eloy participa de outra mostra internacional ainda em Seul, Coreia do Norte – o Festival Internacional Print Media. Em 2017, é convidado a participar da 3ª Global Print – Alijó, mostra internacional de Gravura em Portugal com curadoria de Nuno Canelas.

Em 2018, Eloy faz parte da representação brasileira na 9ª. Bienal Internacional de Gravura do Douro, em Portugal. Essa bienal reúne uma das maiores representações da gravura mundial com setecentos (700) países e setecentos (700) artistas com curadoria Nuno Canelas. Nessa expressiva mostra Eloy participa com uma obra em digital print em impressão fine art, entre as artistas brasileiras como Helena Kannan, Maristela Salvatori, Maria Bonomi e o artista Alex Gama.

Em 2018, participa da Exposição inaugural do Memorial do Paço, instituição que reúne o acervo artístico do município de Fortaleza e expõe as obras permanentemente no edifício histórico, Palácio do Bispo, reinaugurado em 2018 nas comemorações dos 290 anos da cidade de Fortaleza.

Em 2020, participa da exposição Monólitos Processos Gráficos no Museu Jaguaribano em Aracati, Ceará. A mostra reúne e apresenta a produção em gravura do Grupo Monólitos, formado pelos artistas Ana Maria Costa Lima, Gerson Ipirajá, Silvano Tomáz, Rayane Queiroz, Fabiana Azeredo, entre outros artistas, como Eduardo Eloy e José Tarcísio. Em 2020 o Grupo Aranha ganhou uma homenagem no Concreto – Festival Internacional de Arte Urbana, edição 7, com a ação Vozes da Mestrança: paredes da memória, Grupo Aranha, evento em que participantes do Grupo Aranha, Eduardo Eloy, Kazane, Hélio Rôla, Sérgio Pinheiro e artistas convidados por eles, Silvano Tomaz, Gerson Ipirajá e Beto Galdêncio, realizam um painel em pintura mural coletiva.

Em 2021, Eduardo Eloy realiza a curadoria e participa da exposição Ateliê de Litografia Primeiras Impressões, mostra online coletiva que apresenta a produção de litografias de 43 artistas que experimentam os ateliês de gravura da Escola de Artes e Ofícios Tomaz Pompeu Sobrinho – EATOPS, em Fortaleza, Ceará. Espaço de formação e cultura que Eloy vêm se dedicando desde 2017 na montagem do ateliê de Gravura e estruturação das variadas técnicas das artes gráficas: xilogravura, gravura em metal, serigrafia e a litografia introduzida de forma pioneira por Eloy no Ceará, nessa instituição. Sendo este mais um trabalho de formação e implementação da gravura no Ceará que na trajetória artística de Eduardo Eloy tem raízes na década de 1980 desde sua atuação pioneira e continuada até a atualidade na implementação de oficinas de gravura e cursos de formação no campo das artes gráficas no estado do Ceará.

2022

Atualmente Eduardo Eloy implanta e coordena os cursos de Formação Integrada em Gravura | Xilogravura, gravura em metal, litografia, Patrimônio e História da Gravura na EAOTPS – Escola de Artes e Ofícios Tomaz Pompeu Sobrinho em Fortaleza.  Ação cultural e educativa que confirma a vocação do artista como mestre-educador e gestor cultural, que ao longo de sua extensa trajetória vem se dedicado na construção de uma produção artística, articulada em múltiplas linguagens, incorporadas no diálogo entre o desenho, a pintura, e as diversas técnicas de gravura, articuladas como meio plural para suportes diversos como tela, papel artesanal, impressão fine art, colagem, cadernos de artista e meios digitais.

Para Eduardo Eloy o fazer artístico é um conjunto de pensamentos e ações que se desenvolve do artista para a cultura em suas relações afetivas e sociais.